quinta-feira, 23 de abril de 2015

Exclusivo: Bernardi fala sobre acusações a deputados gaúchos na Lava Jato

“O PP não será guardião de nenhum desvio de conduta. Preferimos perder lideranças política a perder a ética, a imagem de um partido que tem o compromisso com a verdade”

Em entrevista exclusiva ao Jornal CIDADE, o presidente estadual do Partido Progressista (PP), Celso Bernardi, falou sobre o cenário vivido pelo partido no Rio Grande do Sul, após os nomes de seis deputados federais da sigla (Jerônimo Goergen, José Otávio Germano, Luís Carlos Heinze, Renato Molling, Vilson Covatti e Afonso Hamm) serem citados no esquema de corrupção na Petrobras, investigado na Operação Lava Jato, da Polícia Federal, bem como o posicionamento do Diretório Estadual sobre o assunto. “O Partido não vai condenar ninguém por antecipação. Mas também queremos deixar bem claro que vamos agir diferente de outros partidos políticos. Não vamos fazer vaquinhas, nem transformar réus na cadeia em heróis”, diz ele, frisando que até o momento, os parlamentares são apenas investigados.
“O Partido é uma instituição e não tem compromissos com erros individuais de seus filiados, por mais importantes e respeitados dentro do partido que sejam. O PP não será guardião de nenhum desvio de conduta. Preferimos perder lideranças política a perder a ética, a imagem de um partido que tem o compromisso com a verdade”, garante. Ele diz ainda que atualmente, o objetivo da sigla é a união do partido e a busca pela verdade. “Queremos que a Operação Lava Jato tenha sucesso, que se apure a verdade e que a impunidade seja passado; queremos a punição daqueles que realmente tem culpa”, completa.
Medidas
No dia 9/3, o PP gaúcho solicitou aos deputados investigados que colaborassem ao máximo. “Todos os seis assinaram um documento nesse sentido, assim como a abertura do sigilo bancário, fiscal e telefônico”, diz o presidente. O Partido também interpelou judicial e extrajudicialmente o Doleiro, para que explique com clareza como tem certeza da participação dos deputados, já que diz não os conhecer, tão pouco ter tratado do assunto com os mesmos, mas sim com ‘lideranças maiores’ do PP. “Queremos que ele diga como essa entrega era feita: em dinheiro, em doação para campanha, depositado no exterior; e o mais importante: qual a razão? Para o Partido não assinar CPIs? Para votar com o governo?”
‘Estrago’
Apesar de não acreditar que as acusações feitas pelo doleiro Alberto Yosef, são verdadeiras, Bernardi diz ter consciência de que a imagem do Partido sofreu “um estrago”, e que o episódio terá efeitos negativos sobre o Partido e os políticos citados. “Eu era deputado federal quando houve a cassação do deputado Ibsen pinheiro. E posso falar isso porque votei contra a cassação. Levou dois anos para ele provar sua inocência. Posso citar o exemplo do deputado Érico Ribeiro. Mesmo que os seis deputados sejam inocentados, teremos aquela dúvida. Isso traz prejuízo para imagem do político e do partido. Mas o PP é muito forte e vamos reagir a isso. Vamos manter o partido unido, trazer cada vez mais lideranças”, conclui.

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